segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

2008 para 2009 - REDEAS NA MÃO "CAMPO-FORA"

A imaginação e a criatividade andam juntas desde que haja espaço para nossa criança interior possa agir. Ano 2008 para 2009, quase no fim da primeira década do século vinte e um, resolvi fazer uma passagem de ano “diferente”. Entrar a cavalo, rédeas na mão, em cima dos belos campos de cima da serra gaúcha, pertinho do canyons que levaram a fama destas paisagens para todo mundo. Com um cavalo crioulo debaixo da bunda, mais um guia experiente e que ama o que faz, foram 4 dias e noites cavalgando. Dois dias em 2008 e mais dois no novo ano, em São Francisco de Paula vivendo uma experiência gratificante para quem ama a natureza pura com o horizonte limpo de “civilização”.

O cavalo crioulo, hoje símbolo do Rio Grande do Sul é fusão de raças eqüestres trazidas pelos espanhóis e portugueses a partir do “descobrimento” das Américas. Paulo e Ângela Hafner proprietários da empresa de turismo eqüestre diferenciado, proporciona a sonhadores como eu, a rica experiência de montar, de 8 a 80 anos, bastando o “querer”.

“CampoFora”, o expressivo nome de sua empresa, diz tudo de sua proposta. Paulo Hafner ex publicitário colocou em prática o projeto que desenvolveu para a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos em que acreditava, fruto de 10 anos de trabalho.

Depois de cavalgar nos últimos dois dias de 2008, encerramos o ano e começamos o novo no topo de uma colina com os cavalos crioulos nos conduzindo em segurança na escuridão da lua nova. As estrelas pareciam saltar sobre nós, viventes acostumados com luzes artificiais. Na linha do horizonte jatos de luz dos fogos de artifícios ao longe. Mãos dadas, em cima dos cavalos nos desejamos mutuamente os votos tradicionais. Os cavalos, tranqüilos, aguardavam ordens para a continuação da cavalgada. Retornando ao hotel depois de deixar os cavalos livre no seu campo, fomos comer a tradicional lentilha e os espumantes gaúchos. No rosto de cada um dos participantes a alegria do inusitado. Nossas emoções ficaram registradas na toalha de tecido que Ângela colocou na mesa com as velas e petiscos.

Dia primeiro e dois, seis a sete horas de cavalgada cada dia. Os cavalos ficaram em fazendas CampoFora onde voltamos no dia seguinte para a cavalgada final. Foram mais de cem quilômetros de cavalgadas na coxilhas, campos, rio, cachoeiras , sangas e capões. O prazer acumulado vai ficar indelevelmente gravado no meu cérebro.